Avô

Pai do pai ou da mãe.

Vovô e vovó

"Guardam no olhar e na pele as marcas de toda uma vida. 

Guardam em si uma infinidade de conhecimentos que nos transmitem, é com eles que aprendemos. Aprenderam a lidar com as "feridas" de uma forma admiravel. 

Dão-se intensamente em cada dia... 

Devolver-lhes o amor é o minimo que podemos fazer. 

Tanto para dizer que faltam as palavras..."

Blue Shell

Hoje completam 10 anos da morte do meu querido avô Pedro Cláudio Penna.

Filho de italianos, era um apaixonado pela vida.

Era ativo, vivia no clube, jogava baralho, nadava, fazia seus salgados,

ia no mercado, ajudava em casa.

Um apaixonado pela música italiana e por vinhos.

Ele, que me levava pra escola, me ensinou como colocar camiseta,

limpar maça, e me faz lembrar dele sempre que tomo suco de laranja.

Ele, que sempre tinha um bombom para cada neto que lhe visitava.

Ele, que conhecia o bairro inteiro, teve seu velório lotado, fez fila na igreja na sua missa de sétimo dia.

Morreu sem qualquer inimigo.

Eu que até hoje sou conhecida como a neta do Pedrinho.

Ele, que deixou 5 filhos, 12 netos e 2 bisnetos que não chegou a conhecer.

Me deu vontade de escrever sobre meu avô devido a um fato que nunca sai de minha memória.

As festas de virada de ano eram sempre passadas na casa dele junto com toda família.

Na virada de 2001 para 2002, a meia-noite, lembro muito bem da cena,

meus avós abraçados e chorando.

Eu perguntei ao meu pai o porquê disso, ele me disse que era felicidade

pelos dois estarem passando mais uma virada juntos.

Quer amor mais puro e verdadeiro do que esse?

E esse foi sua última virada de ano

Meu avô tinha medo de morrer.

Faleceu de repente 14 dias antes de sua próxima virada.

O que quero dizer com esse história?

Curtam a vida. Viviam a vida. 

Você não sabe se estará aqui no seu próximo aniversário.

Não sobreviva. Viva.

E deixe histórias para quando você não estiver mais aqui.

Meu avô soube muito bem fazer isso.

Agradeço sempre por ter tido todos os meus avós presentes em minha vida por muitos anos.

Meus exemplos.

Última foto tirada do meu avô, na comunhão do meu irmão, um mês antes de partir. Ele é o de azul sentado no banco.

O de brando com a mão no bolso é meu outro avô.